Vivem uma da outra, o PS lança temas para a praça pública para aquecer os reaccionários (especialmente o casamento homossexual) em vez de o aprovar de imediatamente, como aliás é obrigação depois da campanha que tiveram, arrasta a coisa na praça pública para vender a sua imagem progressista. A Igreja agradece o destaque, que de outra forma não teria possibilidade de ocupar por tanto tempo, e aproveita para ver se recupera alguma influência – notável como uma instituição que insiste no seu direito de fazer as coisas da sua forma sem interferência exterior está sempre pronta a meter o nariz na vida dos outros (não choca, já nos habituaram à hipocrisia constante, mas irrita). Se a coisa aquecer demais o PS vai para referendo recuando cobardemente como sempre faz nas alturas importantes alegando razões democráticas (a incoerência é que os direitos humanos não são passíveis de serem referendados) e se o tema gerar indiferença, como é provável, a Igreja joga a carta do credo minoritário perseguido – o facto de isto afectar pessoas que não são católicas passa-lhes convenientemente ao lado.
Duas Igrejas, duas hierarquias, dois estilos de manipulação e em ambas um interesse nulo pelo bem estar das pessoas a quem esta legislação irá afectar e pela esmagadora maioria das pessoas que não têm opinião sobre o tema porque, correctamente, acham que não lhes diz respeito.
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